sábado, outubro 13

Ficar em casa

23h. Chega a condução. Num empurra-empurra, consigo passar entre eles e entrar. Quase que decepcionada, encontro um banco, lá no fundo, lindo, azul claro com detalhes amarelos, o último deles. Com um momento de descanso nas mãos, minha cabeça ainda latia de medo da nota, mas aquele momento me dava um imenso prazer. Até que...lá vinha, de moleton verde escuro, de média estatura, em câmera lenta, ameaçava tirar algo do bolso...um objeto suspeito, muito parecido com um celular. Mas pera aí! Um celular não vem com fones? Sim, mas ele era cruel. Tirou do bolso, com um olhar fulminante, e apertou o botão. Um agudo de copo quebrando balançava minha paciência, que é tão firme como uma pirâmide de cartas. Latia, latia, batia no tímpano com martelo. E o que eu mais temia, aconteceu. Vagou o banco ao meu lado, e advinha...é isso mesmo. Sentou ao meu lado sem nenhuma dó, e passou música por música. O que matinha a pirâmide de pé, era a proximidade de casa. Desci. Um alto silêncio tomou conta de mim, até que meus olhos doeram com a luz ardente do semáfaro...não lembro de mais nada. Só da vontade de, pra sempre, ficar em casa.

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