Sobre

Não tem nada que possa acrescentá-lo como pessoa, muito menos poesia daquelas de quem tem o dom, mas me serve. 

Meu universo particular, bagunçado. Antes como desabafo, depois a letra foi crescendo, melhorou na composição, mas os assuntos são, entediantemente, os mesmos. 

Cada vez consigo soltar uma letra ou outra, cada uma de uma cor, mas sempre a mesma palavra. Como um "um dia de cada vez". Como um dependente químico, eu dependo da expressão. De expressar-me, mesmo que seja pra mim mesma. Conversar em frente o espelho não funciona mais.

Esse blog é nada mais que meu espelho.





Viver entre as duas pontas não é uma tarefa fácil. É um caminho solitário, porque não há estrada. Não se segue nada. Não se encaixa. Não se vive. Só desbrava. Dialoga consigo mesmo. Com as partes que se cabem, que se somam, que se confrontam.

Mais pontas se achegam. Se fundem. Confundem. O certo e o errado, o bem o mal, a religião e a ciência, o passado e o futuro, o novo e o velho, a razão e a emoção, o real e o insano. O real insano. Um só nó. Ou vários deles.

É doloroso e espantosamente prazeroso beirar entre um e outro. Beirar em si mesmo. Beirar uma compreensão inventada. Uma compreensão a todo tempo ameaçada. Gozar das delícias do "tudo" e amargar o ônus do mesmo "tudo ou nada".

A interrogação reina. Não dá resposta a nada e dá sentido a tudo. Me dá falta de ar. Me faz respirar.

Como entre todas as pontas eu me perco, também já me perdi entre o começo e o meio. Por ser insano, por ser difícil. Por ser um nó.

Ficar em cima do muro parece ser confortável, e muitas vezes é. Acho até que me perdi de propósito, pois não sou afeito a pontas. Apesar de ser um buscador, acho que não quero encontrar nunca. Quero ficar nesse nó.

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